Após a primeira etapa do projeto Montanhas Virgens nos Andes, Maximo Kausch volta aos Andes em outubro de 2016 para completar uma etapa do seu projeto de montanhas de 6000 metros de altitude. Ele vai se unir ao geógrafo paulista Pedro Hauck que já conta com 39 montanhas com mais de 6000 metros. Maximo já conta com 71 destas montanhas e pretende escalar as 11 que faltam na Argentina e Chile. A façanha nunca foi completada em nenhum dos dois países. O montanhista pretende completar as 11 montanhas em 6 semanas.
Junto à dupla estarão a cientista inglesa Suzie Imber e o cinegrafista paulista Gabriel Tarso. Suzie Imber já esteve em uma etapa do projeto dos Andes em 2015, completando 12 montanhas andinas, sendo que 4 virgens. Gabriel Tarso é reconhecido hoje como um dos maiores cinegrafistas do meio outdoor do Brasil. Ele participará de todas as escaladas na tentativa de filmar um documentário sobre a expedição. Além da motivação esportiva, a equipe estará conduzindo 4 projetos científicos em diversas áreas.
Em 2011 Maximo teve uma ideia que definiria os próximos cinco anos da sua vida. Seu sonho era o de escalar todas as montanhas com mais de 6000 metros de altitude nos Andes. Passados 5 anos, ele já subiu 71 das 104 existentes na cordilheira, diminuindo a distância de alcançar este feito notável e inédito. “Eu consegui um tempo entre expedições que eu guio profissionalmente nos Andes e decidi comprar uma moto para facilitar a aproximação e subir todas as montanhas possíveis. No início era apenas eu, minha moto e o Google Earth … não imaginava que este projeto iria tão longe“, disse Maximo enquanto organizava a expedição patrocinada que levará 6 membros para explorar os Andes. Maximo é guia profissional de montanhas e tem uma empresa no Brasil, o GentedeMontanha.com, atualmente a maior do país no ramo de expedições.
A equipe volta aos Andes no mês de outubro de 2016, sendo patrocinada pela Deuter, SPOT Brasil e Garmin, com o objetivo principal de escalar 12 das mais remotas montanhas de 6000 metros na Argentina e no Chile, completando o projeto de 6000 metros de Maximo nestes dois países. Algumas destas montanhas foram ascendidas pouquíssimas vezes. A equipe terá que realizar reconhecimento de rotas nas montanhas provavelmente precisando abrir novas rotas, já que as condições climáticas nos Andes mudaram muito nos últimos 20 anos.
Uma das dificuldades da realização deste projeto, no entanto, ocorreu antes mesmo dos montanhistas começarem a escalada: Definir quais são as montanhas andinas com mais de 6 mil metros. Para obter uma lista de montanhas que ainda não existia, Maximo Kausch e a pesquisadora Suzie Imber desenvolveram um método para determinar a proeminência e domínio de todos os picos dos Andes; um cálculo complexo que exigiu o uso de um supercomputador da Universidade de Leicester, onde Suzie é professora no Departamento de Física. O método é ao mesmo tempo totalmente objetivo e de alta precisão (dentro das limitações das medidas de altitude). No ano passado, a dupla compilou a primeira lista de montanhas independentes nos Andes acima de 5000 e 6000 metros.
Em Setembro 2015, com os dados das montanhas com mais 5 mil metros na mão, a equipe realizou uma expedição de 2 meses para escalar várias montanhas remotas e virgens que eles identificados usando este método. Localizada na remota região da PUNA do Atacama, no norte do Chile e da Argentina, a expedição foi financiada pelo Mount Everest Foundation, e pelo British Mountaineering Council, e dentre um dos resultados da expedição, a equipe conquistou a montanha virgem mais alta dos Andes, que mais tarde foi batizada de “Vulcão Parofes” em homenagem a Paulo Roberto Felipe Schmidt, um amigo dos montanhistas que faleceu em 2014, vítima de leucemia. O vulcão tem 5845 metros de altitude e é de fato uma montanha independente.
Além do Vulcão Parofes, a equipe realizou a primeira escalada de pelo menos outras 3 montanhas virgens e inclusive batizando outra delas, num trabalho que exigiu muito estudo cartográfico, trabalho em equipe e difíceis aproximações em veículos 4×4 atravessando locais remotos de grande periculosidade. Esta exploração ajudou a equipe a identificar dezenas de ruínas incas na alta altitude e a descoberta de inúmeros sítios arqueológicos. Na tentativa de popularizar o esporte e divulgar os dados para mais aventureiros, Maximo já trabalha há 8 anos coletando dados. Ele explica a situação atual: “O que começou como curiosidade em saber a altitude de algumas montanhas acabou alavancando um grande projeto científico que eu nem imaginava. O fato de escalarmos montanhas remotas e desconhecidas abre portas para diversas áreas da ciência. Encontramos inúmeros tipos de fósseis e rochas nas montanhas. Já passamos de 15 achados arqueológicos de civilizações que não existem mais. Estamos mapeando áreas que antes não tinham sido mapeadas. Podemos ver inúmeros sinais dos efeitos do aquecimento global… Enfim, é incrível a quantidade de informação que pode ser usada para ajuda da ciência. Foi por isso que decidimos cooperar com tantas áreas de conhecimento.”
Em uma expedição como essas, é fundamental a preocupação com a segurança, e a equipe tem utilizado o SPOT Gen3 em todas as etapas. Maximo fez o seguinte depoimento sobre o uso do equipamento: “Comecei a usar estas unidades inicialmente como um acessório para deixar as famílias dos meus clientes saberem que estão Ok. No entanto, tornou-se muito mais do que isso. Goste eu ou não, eventualmente eu vou ter que registrar todos os meus recordes mundiais e para tal, eu preciso de provas. Os mapas SPOT online são uma boa evidência de que realmente estive lá. O que mais mudou, porém, é o quanto a mais eu posso fazer por saber que tenho uma chance de resgate. Agora eu posso ir mais fundo em vales e mais longe em montanhas que eu não iria antes de ter o SPOT Gen3.”
Em breve, novidades sobre o projeto de volta aos Andes! Até lá, acompanhe Máximo Kausch e Pedro Hauck em suas páginas no Facebook.