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K2 - O Começo da Grande Aventura

K2 - O Começo da Grande Aventura

Aventura

Eu sempre tive um sonho chamado K2

Quando comecei fazer alta montanha nem no meu sonho mais pretensioso pensava que pudesse um dia escalar essa, que é considerada a montanha mais difícil dos 8.000.

Os 8 mil é o grupo bem reduzido- as únicas 14 montanhas desse planeta que tem uma altitude superior a 8.000 metros acima do nível do mar.

Poucas pessoas sabem mas conto aqui pra vocês: eu tentei efetivamente escalar por 4 anos, mas não dava…

Em 2015 - Proposta pra apresentar uma serie do Missão Extrema - Discovery e optei por abrir mão do K2. Em 2016 consegui um patrocinador, mas tive que gravar o Desafio Celebridades também pro Discovery. Em 2017 não consegui patrocínio pro K2 mas tive uma oportunidade de ultima hora e subi o Everest de novo pela face norte. Em 2018 peguei Doença de Lyme, que evoluiu pra forma neurológica e estava sem condições de escalar, fui hospitalizada 2 x e tive uma trombose grave.

Resumindo, quando a oportunidade se concretizou em 2019 eu não perderia essa chance por nada! E nem desperdiçaria… Mas eu ainda não estava 100% recuperada e tinha que tomar uma decisão.

Como vocês já sabem, no final, mesmo ainda em tratamento decidi subir o K2. O Pemba Sherpa, meu parceiro de grandes escaladas não tinha a menor vontade de ir pra essa montanha. Ele sempre deixou isso claro pra mim. Eu precisava encontrar um outro parceiro. Mas quem? Subir o K2 não é algo tipo “ vamos ali escalar em São Bento…”

Um projeto lindo e o bem me apresentou ao Maximo Kausch. Em 2017 nós fizemos uma parceria com ele para um Trekking Solidário com o Instituto Dharma até o Acampamento Base do Everest. Esse projeto foi um sucesso e depois nos rendeu mais 2 viagens incríveis e com isso ficamos bem amigos.

Eu sabia da experiência dele e do quanto ele gostava de montanhas. Imaginei que ele fosse topar, mas lá fui pegar o telefone e fazer o convite mais louco: “Max topa escalar o K2 em junho?” e na hora ele respondeu “claro”. Parceria feita.

Os próximos passos envolviam alguns perrengues a mais. 

Chilas é uma região controlada pelo Talibã. Mas normalmente tem conflitos por ser a capital do partido autônomo do Talibã. Além disso, as enchentes lá são tão graves, por abrigar um dos maiores rios do mundo, o rio Hindus que na região de pré e pós monções as pessoas precisam ser até evacuadas, além dos frequentes terremotos…

Essa temporada (a do ano de 2019) foi quando teve a maior nevasca em 40 anos nessa região. A quantidade de neve fez com que estradas principais fechassem. Na parte baixa, houveram inúmeros deslizamentos de terra por conta das chuvas que inclusive, matou algumas pessoas entre Askole e Skardu.

Eu estava em Zanskar, na Índia, conduzindo um Epic Shots, workshop fotográfico que eu e o Andrei Polessi fazemos todos os anos. Apesar de estar a apenas 100 km do K2, por se tratar de um país inimigo político do Paquistão, tive que retornar pra Delhi. Voei pra Dubai e só de lá, pude seguir pra Islamabad com meu outro passaporte (que não mostrava que estava na Índia).

Mas uma forte nevasca impediu que o posto militar local liberasse a estrada, e fiquei preza em Padum por mais de 5 dias.

Enquanto isso o Max voltava do trekking ao campo base do K2 com 6 clientes. O combinado é que ele me encontraria em Urdukas. Mas eu estava presa na nevasca, sem comunicação e não tinha como avisar ele. Ele não sabia nem se eu já estava no Paquistão

Quando eu cheguei em Islamabad, por uma confusão de horários da agencia que marcou meu voo interno, perdi o voo e fiquei ainda mais 2 dias em Islamabad antes de conseguir voar pra Skardu.

Ao chegar em Skardu ainda teria que dirigir ate Askole por uma estrada de terra muito louca.

Esse trecho normalmente dura 8h mas pra gente durou quase 16 horas pois uma rocha gigante rolou e bloqueou a estrada segundos antes de passarmos. Depois pensei: que sorte!


Eles precisaram dinamitar a pedra. Explodiram tudo em pedaços menores pra liberar a estrada e podermos prosseguir. A estrada além de super sinuosa é tão estreita que só passa 1 carro por vez. Apenas 4x4 preparados conseguem fazer esse trecho. Chegamos exaustos em Askole e não pudemos sequer dormir.

Como estava atrasado comecei a trilha imediatamente e ainda fizeram o percurso que seria pra ser feito em 2 dias em 1.

Após 16 horas cheguei em Paiju, o segundo acampamento. Enquanto isso, o Maximo me esperou 3 noites em Urdukas sem saber muita coisa sobre onde eu estava ou o que aconteceria…

Em Urdukas nos encontramos e seguimos pra Goro. Andamos o dia todo. De lá pra Goro 2. Um trekking pro campo base do Broad Peak e finalmente 2 noites de descanso, enquanto esperávamos os porters que estavam atrasados com os animais e as cargas por conta de tanta neve. 

Assim que nossas duffels chegaram seguimos direto pro acampamento base do K2, sem nem parar em Concordia.

Nesse trecho lembro que o Max sentiu muita dor abdominal e chegamos até a suspeitar de um apendicite. Houve uma certa tensão. Ao andar pela trilha nos enterrávamos na neve. A gente só ficava imaginando o que nos esperava montanha acima. A dúvida se teríamos alguma chance de escalar o K2 era grande. E a aventura estava apenas começando. Em breve continuo contando os bastidores dessa expedição pra vocês por aqui.

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